Espaço físico
O projeto do edifício, inicialmente denominado Complexo de Laboratórios Multidisciplinar para Estudos Estratégicos e Avançados (COLMEEA), nasceu da necessidade de criar um espaço para pesquisa que pudesse apoiar iniciativas de inovação tecnológica e integração entre pesquisadores e instituições. Este ambiente de incentivo à inovação buscou atender diversas demandas acadêmicas, originadas da colaboração entre indivíduos e o desenvolvimento de ideias, dentro de um contexto político e econômico que propicia oportunidades de avanço científico-tecnológico.
A proposta desafiadora, do ponto de vista institucional, indicou que a concepção arquitetônica deveria produzir espaços flexíveis para diversas necessidades, garantindo segurança, sociabilidade e adaptabilidade de maneira equilibrada, além de combinar eficiência com estética. Sendo assim, o programa de necessidades foi elaborado de forma que pesquisadores, estudantes ou instituições nascentes de diversas áreas do conhecimento pudessem interagir, utilizar a infraestrutura para desenvolver atividades de pesquisa e tecnologia, propor e realizar eventos acadêmicos ou, simplesmente, se reunir para um bate papo informal.
O edifício é composto por vinte e quatro unidades autônomas modulares de laboratórios dispostas em duas alas, uma a leste e outra a oeste, com um auditório, uma biblioteca e um salão de convenções nas áreas centrais, conectadas por um elevador e uma escada. As áreas de acesso ao térreo e ao pavimento superior convidam e provocam os usuários a circularem pelas áreas centrais ventiladas e banhadas por luz naturalmente, antes de adentrarem ao auditório, ao espaço destinado à biblioteca ou ao conjunto de laboratórios.
O auditório foi projetado para adaptar-se acusticamente às necessidades da fala humana e maximizar a compreensão dos usuários, garantindo maior conforto acústico aos palestrantes e debatedores. O sistema de forro acústico e a angulação das paredes laterais contribuem para reduzir a reverberação do som internamente e otimizam as reflexões sonoras ao direcioná-las aos espectadores. O conjunto de esquadrias e paredes laterais do auditório também direcionam a iluminação natural e evitam pontos de ofuscamento, minimizando o uso de iluminação artificial e melhorando o conforto lumínico dos usuários.
Toda a infraestrutura para laboratórios foi desenvolvida para garantir o máximo de possibilidades de adaptação para diversos tipos de pesquisas científicas e interações humanas. Os módulos podem ser conjugados ou separados conforme cada atividade demandar reformas e adaptações espaciais. Os pequenos espaços semi enclausurados entre os laboratórios são destinados à instalação de equipamentos de infraestrutura, como condicionadores de ar, motores, compressores ou dutos de exaustão, permitindo que cada dois módulos compartilhem o mesmo conjunto de infraestrutura disponível. Tais espaços podem ser acessados externamente, e os serviços de manutenção nos equipamentos de apoio não precisam necessariamente interromper as atividades internas para serem realizados.
Os elementos que compõem as fachadas, como esquadrias, vidros laminados e brises soleil, permitem um maior aproveitamento da luz natural, contribuindo para reduzir a incidência solar no interior dos espaços, aumentando as condições de conforto térmico e lumínico e otimizando o consumo energético.
Os laboratórios já possuem tubulações preparadas para receber a instalação de gases especiais, os sistemas de controle de exaustão, de temperatura e umidade, ou mesmo para o escoamento e tratamento de efluentes de produtos químicos, conforme cada grupo de pesquisa demandar. Além disso, o edifício conta com cabines externas de instalação para gases especiais e uma central de tratamento de efluentes.
As extremidades das alas leste e oeste possuem escadas de segurança, assegurando três rotas de fuga em caso de incêndio. As condições de segurança dos usuários são complementadas com instalações de prevenção e combate a incêndio, como extintores, iluminação de emergência, sinalização, sistemas detectores de fumaça e alarmes.
A obra, que possui 1.240,50m2 e está localizada na área norte do Campus São Carlos, foi integralmente financiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) do Governo Federal e recebeu o apoio da Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI UFSCar) para o desenvolvimento do projeto e a construção da obra. Sua construção foi feita em duas etapas, a primeira com início em 2014 e término em 2015 e a segunda concluída em 2020, quando foi inaugurado.
O projeto de arquitetura foi desenvolvido pelo arquiteto Prof. Dr. Érico Masiero, hoje docente do Departamento de Engenharia Civil da UFSCar.
Em 3 de abril de 2024, o prédio recebeu o nome de “Edifício Sérgio Mascarenhas”, em homenagem a esse grande cientista brasileiro e Professor Honoris Causa da UFSCar. Na oportunidade, foi inaugurado o Auditório do edifício, com realização da cerimônia de nominação, na qual participaram as autoridades universitárias e membros da família, que receberam placa comemorativa, com os seguintes dizeres:
O Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos da UFSCar agradece ao Professor Sérgio Mascarenhas por sua inspiração e incentivo para que esse empreendimento se realizasse. A sua vivacidade e o seu entusiasmo contagiante se manterão presentes em nosso instituto. Adilson Jesus Aparecido de Oliveira, Diretor. São Carlos, 3 de abril de 2024.
